Brasil deve ter recuperação mais rápida do que demais emergentes, diz Campos Neto

Brasil deve ter recuperação mais rápida do que demais emergentes, diz Campos Neto

Segundo o presidente do Banco Central, auxílios implementados pelo governo federal em resposta à crise da pandemia devem levar a uma recomposição de renda de 100%

Por Estevão Taiar

A atividade econômica no Brasil está em uma “posição de recuperação mais rápida” após a pandemia do que os demais países emergentes, afirmou nesta terça-feira o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Ele destacou que as previsões para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no país estão diminuindo nas últimas semanas. Além disso, as estimativas do Boletim Focus, coletado pela autoridade monetária com participantes do mercado, “provavelmente estão um pouco defasadas” e mostram um cenário pior do que o esperado.

Por enquanto, as projeções para o desempenho do PIB no segundo trimestre “têm uma grande incerteza”, segundo ele. “Mas vai ser uma queda muito grande”, disse.

O presidente do BC ainda afirmou que os auxílios implantados pelo governo federal devem levar a uma recomposição da renda de aproximadamente 100%. “Nenhum emergente fez uma recomposição tão grande”, disse.

Campos Neto afirmou que houve uma notícia boa e uma ruim ao longo desta terça-feira para a economia mundial.

“A boa é a vacina da Rússia”, disse, em evento promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). A ruim, segundo ele, foi o crescimento de casos da covid-19 em países da Europa, como a Espanha.

Campos também apontou algumas características que, na opinião dele, estarão presentes na retomada da economia mundial após a pandemia. Segundo ele, o crescimento será “mais inclusivo” em termos sociais e mais sustentável em termos ambientais. Outra mudança deverá ser uma inovação tecnológica mais rápida. Além disso, o presidente do BC destacou que o comércio mundial “está sendo redesenhado”, dada a concentração de produção de alguns insumos em poucos países.

“Não sei se vai ser definitivo ou não. Talvez isso (redesenho) não seja uma parte tão boa”, disse.

Campos Neto destacou que o segundo pacote de medidas de crédito implantado pelo Banco Central (durante a crise “já está fazendo efeito”, afirmou. “O crescimento do crédito é bastante robusto”, disse.

Segundo ele, essa expansão vem sendo puxada principalmente pelos bancos privados, em um movimento descrito por ele como “saudável”. Outro ponto positivo, de acordo com o presidente do BC, é que as taxas de juros vêm caindo “em todas as modalidades”. Mesmo assim, ele admitiu que, no caso dos empréstimos imobiliários, a autoridade monetária esperava que, com a Selic em 2% ao ano, as taxas na ponta final estariam menores.

Ainda em relação ao setor imobiliário, a avaliação do BC é que os empréstimos vão com o tempo migrar todos para o crédito livre. Um passo importante para o crescimento do setor de uma forma geral, na visão de Campos, será o avanço da securitização. De acordo com ele, o crédito atrelado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) “endereçou parte desse problema”.

A autoridade monetária, no entanto, ainda enxerga entraves no home equity e na portabilidade de crédito imobiliário. “O home equity tem crescido, mas menos do que gostaríamos. Estamos atacando os entraves um por um”, disse. No caso da portabilidade, ainda há burocracia excessiva, de acordo com Campos.

Ele ainda reiterou que o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos criado pelo BC, estará em funcionamento em novembro. “O open banking também tem avançado”, afirmou.

Fonte: https://valor.globo.com/

Link: https://valor.globo.com/financas/noticia/2020/08/11/brasil-deve-ter-recuperacao-mais-rapida-do-que-demais-emergentes-diz-campos-neto.ghtml Acessado em: 12 Agosto 2020, 10:02:08.

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