PIB do Brasil cresce 0,4% no 2º trimestre, diz IBGE
Por Alessandra Saraiva, Bruno Villas Bôas e Ana Conceição
RIO E SÃO PAULO – (Atualizada às 09h29) – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três primeiros meses de 2019, feitos os ajustes sazonais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valor corrente, o PIB brasileiro somou R$ 1,780 trilhão no período.
O resultado ficou acima da mediana apurada pelo Valor Data junto a 31 consultorias e instituições financeiras, que apontava para alta de 0,2% do PIB. As projeções variavam de uma redução de 0,2% a uma alta de 0,5%.
Dessa forma, o PIB do segundo trimestre veio acima do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de prévia do desempenho atividade, e que caiu 0,13% sobre o período janeiro a março deste ano, feito o ajuste sazonal.
No primeiro trimestre de 2019, o PIB recuou 0,1% frente aos três últimos meses do ano passado, dado revisado pelo IBGE de uma queda de 0,2%. Quando comparado ao segundo trimestre de 2018, o PIB cresceu 1%. A mediana das estimativas do Valor Data apontava para alta de 0,8%.
Oferta
Pela ótica da oferta, a indústria registrou alta de 0,7% no segundo trimestre, na comparação ao trimestre anterior. O resultado ficou acima de alta de 0,3% apurada pelo Valor Data. Destaque para construção, cujo PIB cresceu 2%, o primeiro aumento, na comparação anual, após 20 trimestres em queda.
O setor de serviços, por sua vez, teve expansão de 0,3% no período, em linha com o estimado pelos economistas.
Já a agropecuária recuou 0,4% no segundo trimestre, desempenho abaixo da projeção de alta de 0,1% apurada pelo Valor Data.
Demanda
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,3% no segundo trimestre deste ano, frente ao três meses anteriores, feito o ajuste sazonal. Em linha com o esperado, de 0,3%.
A demanda do governo recuou 1%, a maior retração nessa linha do PIB desde o primeiro trimestre de 2014, quando recuou 1,2%.
Por outro lado, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas, construçãocivil e pesquisa) avançou 3,2% entre abril e junho, na comparação ao primeiro trimestre.
Analistas consultados pelo Valor Data estimavam queda de 0,3% para o consumo do governo e aumento de 2,3% dos investimentos.
A taxa de investimento atingiu 15,9% do PIB no segundo trimestre do ano.
Setor externo
No setor externo, as exportações recuaram 1,6%, segundo o IBGE, enquanto as importações tiveram alta de 1% no segundo trimestre de 2019, frente aos três meses anteriores.
A mediana apurada pelo Valor Data era de queda de 0,8% para as exportações e recuo de 0,3% para as importações.
Necessidade de financiamento
A necessidade de financiamento da economia brasileira no segundo trimestre foi de R$ 11 bilhões, contra R$ 1,8 bilhão em igual período do ano passado.
As principais razões para a elevação da necessidade de financiamento foram a redução do saldo externo de bens e serviços e o aumento da renda líquida de propriedade enviada ao resto do mundo. O saldo externo de bens e serviços caiu de R$ 17,1 bilhões no segundo trimestre do ano passado para R$ 15,7 bilhões em igual período deste ano.
Já a renda líquida de propriedade enviada ao resto do mundo passou de R$ 21,5 bilhões no segundo trimestre de 2018 para R$ 30,2 bilhões entre abril e junho deste ano.
Ajuste sazonal
O IBGE revisou os resultados do PIB do primeiro trimestre deste ano, que passou a registrar queda de 0,1% em relação ao quarto trimestre do ano passado — em maio, o instituto havia divulgado queda de 0,2% da atividade.
Também foi revisado, considerando a comparação ao trimestre imediatamente anterior, o desempenho do PIB do segundo trimestre de 2018, de estabilidade para queda de 0,1%.
Fonte: https://www.Valor.uol.com.br/
Link: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/08/29/pib-do-brasil-cresce-04-no-2o-trimestre-diz-ibge.ghtml. Acessado em: 29 Agosto 2019, 14:15:51.