Probabilidade de segunda onda de Covid-19 no país é ‘baixíssima’, diz secretário de Política Econômica
Pasta acompanha dados para avaliar necessidade de medidas de combate à pandemia, como prorrogação do auxílio emergencial. Técnico diz que decisão sobre medidas é do Ministério da Saúde e afirma que pastas não se comunicam sobre evolução do vírus
Por Marcello Corrêa
O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse nesta terça-feira que é “baixíssima” a probabilidade de que o Brasil seja atingido por uma segunda onda da pandemia de Covid-19.
De acordo com Sachsida, a pasta — ligada ao Ministério da Economia — monitora dados sobre casos e mortes relacionadas à doença. A informação é importante para planejar ações como a eventual prorrogação do auxílio emergencial e do estado de calamidade pública.
— Acho baixíssima a probabilidade de segunda onda. Não apenas isso: os dados que nós temos mostram algo concreto, que é a força da retomada econômica. O setor de serviços está cada vez mais forte. Fico muito tranquilo quanto a isso e não tenho preocupações adicionais com questões hipotéticas — disse o secretário, em coletiva de imprensa, ao ser questionado sobre a extensão do benefício.
Segundo os técnicos da pasta, a avaliação é baseada no diagnóstico de que vários estados atingiram a chamada imunidade de rebanho, quando um percentual da população significativo se contamina com o vírus e impede que a doença avance em uma determinada região.
A secretaria levou em consideração um percentual de 20% como a linha de corte para identificar esse tipo de fenômeno, mas não informou que estados especificamente atingiram esse patamar.
Sachsida informou que os dados servem apenas de base para avaliar o impacto do distanciamento social na atividade econômica e informou que a pasta não interfere nos diagnósticos da área da saúde.
Economia e Saúde não trocam informações
Questionado se a equipe econômica está sendo informada pelo Ministério da Saúde sobre as expectativas em relação a uma eventual segunda onda, o secretário afirmou que não há esse tipo de interlocução.
— Eu não mando para o Ministério da Saúde nenhum dado. E não recebo do Ministério da Saúde nenhum dado — afirmou.
Em outro momento, Sachsida disse que a determinação sobre medidas sanitárias deve ser tomada exclusivamente pela equipe da Saúde:
— O Ministério da Economia não interfere absolutamente nada no que se refere a questões de saúde. Quem manda em questões de saúde é o Ministério da Saúde.
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo prorrogaria o auxílio emergencial se houvesse uma segunda onda do novo coronavírus no país.
A declaração foi mal recebida por analistas do mercado financeiro, que viram na fala uma flexibilização do compromisso com o ajuste fiscal para 2021. No dia seguinte, Guedes frisou que a hipótese era considerada baixa na equipe econômica.
Fonte: oglobo.globo.com
Acessado em: 17 Novembro 2020, 13:02:18.